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Relações de compromisso

Terminais de Recolha de dados constante upgrade


O sucesso de uma operação logística muito depende da rapidez e segurança com que é realizada, sendo difícil atingi-lo sem recurso às novas tecnologias.

É aqui que surgem os terminais de recolha de dados que, além de conferirem velocidade à operação, reforçam a produtividade e a competitividade, através da redução de falhas e gastos. Em Portugal, este é um segmento que revela dinâmica e evolução, respondendo às principais exigências dos clientes. Estes são sobretudo operadores logísticos, administrações portuárias, industriais e retalhistas.

João Coutinho, marketing & RFID business development manager da Zetes Burótica, salienta que estes sistemas permitem "disponibilizar automaticamente dados que são importantes para os operadores, eliminando papéis". O responsável acredita que a rapidez, com que os resultados são lançados, permite tomadas de decisão e reacções rápidas por parte dos empresários.

Ao contrário do que se verificava há uns anos, Maria José Governo, gestora de unidade de soluções de mobilidade da Sinfic, explica que, neste momento, o mercado evolui a uma "velocidade frenética".

Uma realidade que se deve, segundo enumera, a quatro principais factores: a adopção generalizada do sistema operativo Windows Mobile, o aparecimento de modelos intermédios entre versões de consumo e as profissionais, a pressão contínua do factor preço e a evolução das telecomunicações. Conforme constata, "a uniformização dos sistemas operativos, utilizados pelos PDA de consumo e pelos terminais de recolha de dados", faz com que ambos evoluam ao mesmo ritmo. Neste momento, as renovações dos sistemas operativos são "quase anuais", conta. Maria José Governo acredita que com o aparecimento de modelos intermédios, "o mercado agitou-se bastante", sendo que "as marcas tentaram massificar a sua utilização nos mais diversos sectores e tipos de utilização", o que se reflecte no surgimento de preços "mais atractivos".

Hoje, a responsável conta que "praticamente todas as soluções funcionam online, deixando as versões batch (offline) para segundo plano", o que tem levado à inclusão do "máximo número de possibilidades de comunicação" num único equipamento.


Múltiplas Ofertas

Sublinhando o facto de ser um mercado em "amplo crescimento", António Andias, director comercial da Identisis, sublinha ainda que este "tem evoluído na proporção do mercado da mobilidade".

Quando, na década de 90, a procura era escassa "devido ao elevado investimento da implementação", agora a realidade tende a ser outra, conta. Com a entrada do novo milénio surgiram novos meios de divulgação e informação, assim como uma múltipla oferta de produtos, acompanhada pela crescente competitividade dos fornecedores. "As soluções ficaram mais acessíveis", salienta o responsável, adiantando que "a evolução deste mercado contínua muito rápida e progressiva", com as soluções a serem "integradas e moldadas às necessidades do cliente".

Neste momento, os clientes "exigem soluções que permitam criar processos de automatização da informação, para maior controlo e eficiência na recolha de dados", refere. A evolução tem sido registada tanto ao nível da tecnologia como do desenvolvimento das aplicações. Estas são "mais intuitivas e "fáceis de utilizar", refere.

Em Portugal, os fornecedores têm acompanhado o que se faz no estrangeiro. Maria José Governo justifica com o facto de "importarmos toda a tecnologia e todas as tendências", adiantando que "hoje todos os mercados funcionam ao mesmo ritmo" e "a adopção das tecnologias está generalizada". 

Situação Preocupante

Também neste mercado a crise mundial se faz sentir. António Andias constata que "os investimentos nesta área não são prioritários para os clientes", como consequência "a quebra de vendas é geral, comum e preocupante", mas que se espera que seja "passageira, tenda em conta a agitação verificada depois do verão", refere. Entre os principais critérios que condicionam as decisões dos empresários lusos, a maioria dos responsáveis contactados pela Logística Moderna destaca a relação qualidade-preço. Maria José Governo salienta que, na actual conjuntura, "o cliente só compra um equipamento mais caro se estiver totalmente seguro que obterá uma real mais valia para a sua operação".

João Rodrigues, director da divisão de sistemas da Iberlift Portugal salienta também que um dos principais critérios de escolha "é a demonstração de que é possível obter um retorno efectivo do investimento, num curto prazo, no qual ganham eficiência e segurança suplementar nos seus processos".

No entanto, os critérios podem cariar "consoante a área e a aplicabilidade pretendida", sublinha António Andias. Conforme refere, os clientes baseiam-se no "preço, robustez, performance e referências e no canal de fornecimento".

Os restantes critérios a ter em consideração pelos clientes são a garantia de manutenção, segurança e após-venda, bem como a garantia de que o equipamento "não ficará obsoleto rapidamente", este último "mais difícil de garantir", devido à "constante evolução dos equipamentos", salienta a responsável da Sinfic.

Novos Serviços

Quanto ao futuro deste mercado, João Coutinho, da Zetes Burótica, destaca a "combinação de dispositivos móveis, normalmente utilizados na identificação de bens e recolha de dados com tecnologias, tais como, o reconhecimento de impressões digitais, eID ou soluções de pagamento", permitindo a oferta de "novos tipos de serviços". Além destas novidades, João Rodrigues, da Iberlift, destaca o uso no mesmo equipamento de "várias tecnologias, nomeadamente a leitura de código de barras, o RFid e a voz". Uma opinião partilhada por António Andias, para quem o futuro passa pela incorporação de mais tecnologia e funcionalidades nos terminais, os quais "aumentarão a robustez e performance, diminuído de tamanho e de tempo de vida". O responsável acredita ainda no aumento da velocidade de processamento do software e no surgimento de equipamentos descartáveis. Além de destacar o surgimento de dois segmentos distintos, "focalizado nas soluções de grande consumo" e outro na "área industrial com requisitos profissionais de serviço especializado".

Apesar de considerar que o mercado do código de barras unidimensional ainda lidera "largamente o mercado de recolha de dados", Paulo Coutinho de Castro, branch manager da Avery Dennison, acredita que o futuro passa pela "massificação da tecnologia RFid". Segundo constata, "com o upgrade contínuo das capacidades da tecnologia e com a diminuição do custo dos tas, será claramente o segmento com maior crescimento no futuro".

A acompanhar as tendências mundiais, o mercado luso de terminais permanece em constante evolução, sendo o leque de opções bastante abrangente. 

in Logística Moderna, Outubro 2009
      

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