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Mitos Sobre as Avaliações SCAMPI


Na origem dos 12 mitos que se seguem estiveram observações do SEI (Software Engineering Institute) relativamente ao SCAMPI, questões colocadas ao SEI, e questões de alunos que frequentavam cursos do SEI.

Mito 1. É necessário reportar resultados ao nível da subprática

Uma das decisões difíceis em termos de construção quando se estava a desenvolver o CMMI, consistiu em determinar qual o nível de análise que era apropriado para servir de orientação do CMMI durante a realização das avaliações. Determinou-se então que, enquanto a satisfação dos objectivos é "avaliada" (todos os objectivos de uma área de processo têm de ser "satisfeitos" para que essa área de processo seja "completamente satisfeita", tendo em vista classificações de nível de maturidade ou nível de capacidade), as práticas genéricas e específicas (o nível descendente a seguir nos modelos) são examinadas para verificar se estão a ser implementadas - mas as subpráticas não são examinadas.

Contudo, podem ser reportados resultados ao nível das subpráticas, se isso for solicitado pelo patrocinador da avaliação. No entanto, tipicamente, os resultados são reportados sob a forma de declarações ao nível dos objectivos, resumindo os gaps na implementação prática. Esta declarações têm de ser abstraídas até ao nível da unidade organizacional e não podem colocar o enfoque em projectos individuais (a não ser que essa opção para resultados específicos do projecto tenha sido acordada durante o planeamento).

Mito 2. A ADS (Appraisal Disclosure Statement) é opcional

A ADS é uma exigência do método SCAMPI. É normalmente preparada pelo avaliador líder SCAMPI e tem de ser fornecida ao patrocinador da avaliação, bem como ao SEI. O avaliador líder SCAMPI afirma que a informação constante da ADS é correcta e que a avaliação foi realizada em completa concordância com os requisitos do SCAMPI V1.1 Appraisal Method e o fornecimento da sua autorização na qualidade de avaliador líder.

A ADS destina-se a servir como base comum para a apresentação dos resultados da avaliação SCAMPI, e constitui actualmente a base para qualquer catalogação, por parte do SEI, de resultados de avaliações que o patrocinador do projecto concorda em disponibilizar publicamente.

Mito 3. Os membros da equipa de avaliação SCAMPI têm de ter formação em CMMI nos 60 dias antes da avaliação nas instalações do avaliado

Os membros da equipa de avaliação SCAMPI têm de receber formação de introdução ao modelo CMMI ministrada por um formador autorizado pelo SEI. Mas essa formação pode ser recebida em qualquer altura antes da participação de uma pessoa como membro da equipa. Esta formação poderá ser dada pelo avaliador líder se - e só se - for igualmente uma pessoa qualificada como formador. A formação da equipa de avaliação é fornecida normalmente pelo avaliador líder, excepto no caso de algumas grandes organizações, que fornecem formação organizacional aos seus membros da equipa de avaliação.

Mito 4. O SCAMPI não pode ser utilizado em modo de descoberta

O modo de descoberta, em que pouca ou nenhuma da evidência objectiva necessária está prontamente acessível para a equipa de avaliação, é um modo aceitável de utilização do SCAMPI. No entanto, este modo de uso é mais caro e moroso. Por outro lado, a utilização excessiva ou repetida deste modo de uso poderá sugerir uma organização que não está a gerir a melhoria dos seus processos de forma a fornecer visibilidade suficiente para a gestão. A ideia subjacente à prática dos indicadores de implementação tem a ver com o facto destes constituírem um recurso valioso para a própria organização, independentemente de alguma vez realizar uma avaliação formal ou não.

Mito 5. A existência de dois artefactos directos evita a necessidade de evidência objectiva indirecta ou afirmação da mesma

Este mito resulta da confusão quanto ao significado de um artefacto directo, bem como quanto ao propósito do requisito de evidência objectiva directa ou afirmação da mesma. O número de artefactos directos pertinentes para uma prática depende da própria prática e da sua implementação numa organização. Um artefacto directo poderá mostrar planeamento de software, por exemplo, enquanto que outro poderá representar o plano mestre da engenharia de sistemas.

O requisito de evidência objectiva indirecta ou afirmação da mesma responde ao requisito ARC (Requirements for CMMI) para corroborar a evidência de objectivos. Isto assegura que foram criados artefactos directos dentro de um processo compreendido, ou que estão a ser utilizados e mantidos.

Mito 6. As práticas alternativas têm de ser substituições uma a uma para as práticas do modelo

No CMMI, a expressão "prática alternativa" é definida como "uma prática que é um substituto para uma ou mais práticas genéricas ou específicas contidas nos modelos CMMI, e que atinge um efeito equivalente no sentido de satisfazer o objectivo genérico ou específico associado à práticas do modelo". Consequentemente, pode acontecer que uma organização seja capaz de atingir um objectivo com um número diferente de práticas daquele que é esperado pelos modelos CMMI.

Mito 7. Se realizarmos uma avaliação SCAMPI utilizando a representação segmentada (staged), temos que reportar um nível de maturidade

O método SCAMPI requer que, pelo menos, sejam realizadas classificações dos objectivos. Não existe nenhum requisito para que sejam realizadas outras actividades de classificação. Por outro lado, se forem efectuadas classificações adicionais pela equipa de avaliação, o patrocinador da avaliação pode decidir a forma de comunicar essas classificações dentro da organização.

Mito 8. Se utilizarmos a representação segmentada, temos de examinar todas as áreas de processo até ao nível de maturidade pretendido

O âmbito do modelo de uma avaliação SCAMPI é determinado pelos resultados da avaliação seleccionados pelo patrocinador da avaliação e pela relação inerente entre as áreas de processo do CMMI. Se não for seleccionada uma classificação de nível de maturidade como resultado de uma avaliação, o âmbito do modelo pode ser tão diminuto como uma área de processo, independentemente da representação escolhida.

Mito 9. Os membros da equipa de avaliação mantêm uma completa produtividade até às quatro horas da manhã

Não interessa a ninguém concordar com planos de avaliação irrealistas. O avaliador líder SCAMPI tem como principal responsabilidade assegurar que o plano da avaliação é realista. A documentação do SCAMPI não "exige" que a avaliação seja concluída num período de tempo específico, pelo que pode ser necessário alterar o plano se estiverem a ser gastas horas a mais na avaliação.

Mito 10. Se forem satisfeitos todos os objectivos durante um ARC de classe B, deveremos ser capazes de chegar a uma classificação de nível de maturidade

Em primeiro lugar, as avaliações ARC de classe B não produzem classificações de objectivos. Ou seja, não autorizam a classificações de objectivos como um resultado de uma avaliação de classe B. As classificações estão reservadas para as avaliações de classe A, e a comunidade CMMI investiu significativamente num método de avaliação standard para este propósito - o SCAMPI "Classe A".

Em segundo lugar, os métodos de avaliação de classe B estão isentos de alguns requisitos ARC chave relativos à consolidação e validação de dados. Consequentemente, fornecem menos rigor do que um método ARC de classe A quanto à precisão dos resultados finais. Desta forma, a equipa de desenvolvimento do CMMI decidiu que não são garantidas as classificações pata os métodos de classe B e C.

Finalmente, a equipa de desenvolvimento do CMMI achou que, se permitisse métodos de avaliação com graus de rigor significativamente diferentes para a produção de classificações, isso poderia resultar eventualmente numa erosão da confiança e do suporte para os métodos de classe B e C, privando estas classes de métodos de avaliação da sua utilidade na melhoria dos processos. Muitas organizações executam avaliações de classe B com uma elevada fiabilidade, assegurando uma grande aproximação à classe A. No entanto, se não tiverem sido planeadas e executadas como sendo de classe A, não poderão contar para o propósito de identificação de um nível de maturidade.

Mito 11. As entrevistas FAR (Federal Acquisition Regulation) formais e estruturadas têm maior peso numa avaliação SCAMPI do que as entrevistas oportunísticas e informais

É menos perturbador e muito mais barato realizar entrevistas à medida das necessidades. Este modo de actuação é encorajado pelo método SCAMPI.

Mito 12. Todos os avaliadores líderes SCAMPI têm "cargos" no sistema SEI

Em primeiro lugar, os avaliadores líderes SCAMPI têm de manter as suas capacidades para serem re-acreditados. Isto requer actualmente que participem pelo menos em duas avaliações SCAMPI de classe A e liderem pelo menos uma durante o período de autorização. As licenças expiram, e determinadas acções poderão resultar na inibição da licença. Está disponível uma lista dos actuais avaliadores líderes autorizados no endereço http://www.sei.cmu.edu/managing/scampi.html?si.

Baseado num texto com o título "Myths about SCAMPI Appraisals", da autoria de Mike Phillips, publicado no site http://www.interactive.sei.cmu.edu.
 
 
Produzido em 2008

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