As tecnologias biométricas continuam a fascinar as pessoas. Muitos filmes de acção apresentam essas tecnologias, desde a verificação da íris e da retina, até ao reconhecimento das veias, passando ainda pelos leitores faciais a 3D e das palmas das mãos. Normalmente, esses filmes apresentam cenários em que o herói procura ludibriar os métodos de detecção mais sofisticados. Bem ou mal, os humanos ganham sempre às máquinas. Mas apesar desta grande divulgação, as tecnologias biométricas têm vindo a ganhar terreno na sociedade de forma lenta.
As questões relacionadas com o custo, a falta de portabilidade, os problemas de interoperabilidade, e a multiplicidade de standards têm dificultado a passagem da fase de protópipo para a fase operacional. Uma boa parte da atenção dedicada à biometria resulta obviamente dos atentados de 11 de Setembro de 2001, procurando assim alcançar níveis mais elevados de segurança na luta contra o terrorismo.
No entanto, a realidade é menos ambiciosa e mais tangível. Menos ambiciosa porque nenhum sistema biométrico poderá fornecer garantias contra acções terroristas. Na realidade, estas acções poderão ser realizadas em qualquer altura por cidadãos reconhecidos como sendo de confiança e com toda a documentação e requisitos exigidos. Mais tangível porque as aplicações adequadas de biometria fornecem aos cidadãos a melhor protecção possível contra as fraudes de identidade. Por sua vez, fornecem às autoridade públicas e às empresas uma maior protecção contra uma série de abusos e fraudes nas transacções diárias.
Desta forma, acreditamos que a biometria pode ser vista como um complemento para a gestão eficiente dos direitos dos cidadãos, ou para a segurança das transacções diárias e dos processos de autenticação. Nunca poderá ser considerada segura a 100 por cento e não poderá substituir as verificações caso a caso e a responsabilidade humana.
No contexto actual, podemos identificar muitas novas áreas de aplicação das tecnologias biométricas. Nos próximos anos, iremos ver aplicações biométricas para aumentar a segurança na utilização dos telefones celulares, para o acesso a habitações e empresas, ou a à colaboração entre tecnologias biométricas e de vídeovigilância.
Na Europa estão a emergir três grandes tendências para aplicações em larga escala no futuro. Os restantes textos desta newsletter abordam essas tendências:
Baseado num documento do European Biometrics Portal com o título "Biometrics in Europe - Trend Report 2007".
Produzido em 2008