Em Novembro de 2006, a BSI (British Standard Institution) publicou o standard BS 25999 - parte 1 da gestão de continuidade do negócio - um código de boas práticas. Este foi o standard com maior êxito publicado pela BSI em toda a sua existência, com vendas nos primeiros seis meses de quase 3000 cópias. Esta entidade nacional de normalização do Reino Unido já procedeu à publicação da parte 2 deste standard no passado dia 20 de Novembro de 2007. Neste artigo explica-se a necessidade desta segunda parte, como foi desenvolvida e porque razão deve ser implementada.
A primeira parte do standard foi escrita para codificar uma boa prática reconhecida na gestão da continuidade de negócio (BCM), e para convertê-la num formato maneável para a grande maioria das organizações que não têm um programa formal de BCM. Também se espera que seja relevante para as companhias em todas as etapas da sua maturidade em BCM, desde os principiantes mais absolutos, até às organizações que estão muito avançadas nas práticas de BCM, já que deixará claro que se entende como uma boa prática.
A necessidade da segunda parte do standard ficou patente quando os utilizadores quiseram ter alguma forma de auditoria independente, de modo a poderem demonstrar a sua conformidade, particularmente junto dos seus stakeholders. Para que isto se tornasse possível, as partes do standard que sugeriam formas de fazer as coisas, tiveram que ser especificadas de modo a não existirem ambiguidades e a permitir que um auditor independente pudesse considerar a evidência e conceder um certificado em caso de conformidade com o standard.
Havia igualmente uma necessidade de assegurar que este standard estava alinhado com outros standards do sistema de gestão que as organizações utilizavam. Por exemplo, o de gestão da qualidade (ISO 9000), o do meio ambiente (ISO 14000), ou o da segurança da informação (ISO 27001).
A segunda parte do standard, tal como a primeira, foi desenvolvida por especialistas da comunidade BCM, que contribuíram com as suas experiências académicas, técnicas e práticas. Esta segunda parte define os requisitos para se chegar a um sistema de gestão de BCM baseado em boas práticas, tendo em vista o seu funcionamento em organizações de qualquer dimensão e de qualquer sector (industrial, comercial, público), bem como em organizações não governamentais.
A especificação (como é designada - o que já representa uma melhoria face à parte um, uma vez que se chama código para as boas práticas) foi escrita para ser utilizada por pessoas internas e externas às organizações. Contém simplesmente requisitos que possam ser objectivamente auditados, e tem em comum com a maioria dos sistemas de gestão modernos o facto de utilizar o modelo PDCA (planear, fazer, comprovar, actuar) para desenvolver, colocar em marcha e melhorar a eficácia na execução do sistema BCM de uma organização.
Essencialmente, a primeira parte do standard descreve o que é um BCM e diz um pouco como de devem fazer as coisas. No entanto, não está escrita de uma forma suficientemente robusta para que as organizações possam ser auditadas ou certificadas. Isto serve para alguns utilizadores, mas outros precisavam de um documento mais sólido.
A segunda parte, está escrita com mais exactidão e sem ambiguidades, pelo que pode ser utilizada para a realização de auditorias por várias pessoas, em diversas organizações, e com resultados comparáveis entre si. O processo para a criação deste standard é igual ao utilizado para o desenvolvimento da primeira parte, exigindo um período público de consulta, que teve lugar entre Junho e Julho de 2007.
Tal como aconteceu com a primeira parte do standard, o interesse na certificação não teve precedentes. As organizações estão muito interessadas em demostrar às outras, particularmente aos seus clientes, que os seus processos de BCM cumprem as boas práticas. Além disso, espera-se que a certificação ajude as organizações a cumprirem as suas obrigações contratuais, legais e regulamentares, ajudando ao mesmo tempo da gestão da sua cadeia de fornecimento.
A segunda parte do standard, em conjunto com a certificação independente, oferece esta oportunidade. São muitas as organizações que já expressaram interesse em estar entre as primeiras a serem certificadas, tendo a TDG plc e a SunGard Availability Services (UK) Limited sido as duas primeiras instituições a certificarem-se neste referencial de excelência.
Baseado num texto com o título "Certificación en BS 25999 Continuidad de Negocio", da autoria de Sylvia Ariza, responsável de formação da Bristh Standard Intitution Espanha.
Produzido em 2007