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Relações de compromisso

Responder à Questão Chave que Decorre do Diagnóstico de Mudança


A emergência da sociedade da informação e do conhecimento e a globalização económica a social que dela decorreu, mudaram o quadro em que hoje se têm que gerir as organizações, para atingir objectivos, criar valor e assegurar a sustentabilidade no seu desenvolvimento. Os gestores estão colocados perante um novo paradigma, caracterizado pela velocidade da mudança e pela complexidade de contexto, que exigem uma profunda capacidade de definição de metas, objectivos e representações, para evitar a infodependêcia e permitir o controlo das dinâmicas que determinam o sucesso ou o insucesso das organizações que gerem.

 
Neste quadro, a capacidade de adaptação, de flexibilidade, de construção de identidade e de uso dos repositórios de informação e conhecimento como pilares de coesão, constituem a chave para o desenvolvimento de organizações resilientes, capazes de competir em contextos de mudança permanente, descontínua a muitas vezes inopinada.

A resposta a este quadro de mudança implica a construção de referenciais, eles próprios resilientes e flexíveis, moldados sobre a informação e a base de conhecimento. Referenciais urbanísticos que permitam dar coerência global aos múltiplos movimentos de adaptação que caracterizam os processos de decisão e de gestão estratégica, táctica e operacional.

O livro "Urbanismo organizacional, como gerir o choque tecnológico nas empresas" resulta de um aturado trabalho de reflexão e investigação desenvolvido pelo Pedro Anunciação no âmbito do seu projecto de Doutoramento realizado na Universidade de Évora sob minha orientação, tendo por base a aplicação de um modelo conceptual - modelo metavisão - que fui desenvolvendo para dar resposta à questão chave que decorre do diagnóstico de mudança antes enunciado.

A sua elaboração corresponde a um processo de interacção adequado aos tempos de viragem, turbulência e foco no impacto concreto da criação de saber. Cruzando o desenho conceptual desenvolvido com base numa profunda observação prática do real e a validação científica do modelo gerado, pretende-se disponibilizar às organizações a aos seus gestores, uma ferramenta útil de criação de valor e de acção em contexto complexo.

Disponibiliza-se uma ferramenta conceptual testada e validada no quadro da actividade bancária, para ajudar as empresas a gerir o choque tecnológico a que estão sujeitas, ou seja, a adaptarem-se e a tirarem partido da mudança induzida pela adopção voluntária ou involuntária de novas tecnologias e de novos modelos funcionais, orgânicos ou de transformação.

Sublinho com satisfação e orgulho a qualidade do trabalho de investigação realizado pelo Pedro Anunciação, unanimemente reconhecido pelo júri que avaliou a sua dissertação. O trabalho de orientação que tive o gosto de realizar, foi um trabalho muito rico de aprendizagem e interacção, que criou valor para o orientador, para o investigador e estou certo, também para os que através desta publicação puderem partilhar o seu resultado.

Sublinho ainda o trabalho seminal realizado por Almiro Oliveira, que acompanhou os primeiros passos do caminho realizado, orientando designadamente a dissertação de Mestrado do Pedro Anunciação.

O cruzamento de um modelo conceptual, validado e melhorado por um processo de investigação científica, visando criar um referencial de acção pare as empresas constitui também um contributo que se insere no espírito mais vasto do processo de transformação que a sociedade e a economia portuguesa estão a empreender no âmbito do designado plano tecnológico, enquanto pilar da agenda de Lisboa para o crescimento e a competitividade.

As empresas e as organizações em geral, estão a ser sujeitas a profundas pressões internas e externas para se transformarem, basearem o seu modelo de negócio na criação de valor a partir do conhecimento, modernizarem a sua gestão e tirarem partido das novas tecnologias pare se inserirem em redes e sistemas viáveis.

A Europa e Portugal necessitam de um novo urbanismo social e empresarial que combine a competitividade económica com a aposta no capital intelectual e nas pessoas como fontes e destinatários da riqueza criada. Acredito que este texto possa ser, não a solução ou a receita que nenhum texto pode ser, mas um referencial inspirador pare os protagonistas da mudança, ajudando a definir arquitecturas viáveis e facilitadoras da boa decisão e da boa gestão. É essa a ambição deste livro. E não é uma ambição pequena.

Carlos Zorrinho (nota prévia do livro "Urbanismo organizacional, como gerir o choque tecnológico nas empresas".

Produzido em 2007

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