Muitos estudos têm tentado definir a identidade de um indivíduo. Uns consideram que faz parte da personalidade individual de cada um. Outros consideram a identidade como sendo o conjunto de características que definem e distinguem um indivíduo de outro. Identidade é o conjunto de características próprias e exclusivas com as quais se podem diferenciar pessoas, animais, plantas e objectos inanimados, quer diante do conjunto das diversidades, quer ante os seus semelhantes.
A definição do conceito interessa a vários ramos do conhecimento - por exemplo, à história, à sociologia, à antropologia, ao direito, etc. E pode ter diversas definições, conforme a área de interesse e o objectivo que se lhe dê, podendo ainda haver uma identidade individual ou colectiva, falsa ou verdadeira, presumida ou ideal, perdida ou resgatada.
Ao longo dos tempos, os seres humanos têm vindo a classificar o ambiente que os rodeia, atribuindo nomes a cada um dos componentes desse ambiente. Nomear é a nossa forma de classificar e ordenar aquilo que nos rodeia, para que nos possamos dirigir e referenciar correctamente às coisas e pessoas. Sabendo o nome de uma pessoa permite-nos associar-lhe uma identidade, possibilitando o reconhecimento individual com quem lidamos diariamente e diferenciá-lo de outros. A identidade pode ainda ser atribuída legalmente por entidades devidamente credenciadas e, consequentemente, traduzida em sinais e documentos que acompanham o indivíduo. Ou seja, identidade é o conjunto de características distintas que determinam univocamente que um indivíduo é quem reclama ser.
Embora muitos queiram manter o anonimato público, esse anonimato é difícil de alcançar completamente se quisermos estar integrados na sociedade moderna. À nascença, as certidões de nascimento registam a nossa entrada na sociedade. Posteriormente, para acedermos aos serviços de saúde e termos direito ao abono de família, por exemplo, é-nos atribuído um número de segurança social pelo Estado. Para viajarmos, necessitamos da emissão de documentos que comprovem a nossa identidade e cidadania, como os passaportes e os bilhetes de identidade. Até para conduzirmos necessitamos de estar credenciados quanto à nossa capacidade e competência na operação de veículos motorizados.
Existem assim actualmente uma panóplia de documentos específicos que conferem atributos à nossa identidade e que, todos em conjunto, nos diferenciam. Quando desejamos atingir algum grau de anonimato, criamos personagens - por exemplo, os heterónimos na literatura ou na Internet, onde essas personagens com diferentes características nos representam perante uma comunidade para podermos permanecer "invisíveis", mascarando e alterando os nossos traços individuais. Estas alterações de identidade podem ter vários fins e serem utilizadas em diferentes sentidos, nomeadamente substituírem a identidade individual em transacções financeiras, possibilitando o reconhecimento e facilitando a despistagem da identidade real.
Nos tempos que correm, a identidade é claramente um activo de valor incalculável para os ladrões de identidades, ou para os terroristas, que através do roubo e apropriação de documentos de identificação e credenciação de identidades de outra pessoa podem aceder e ter privilégios a serviços, aceder a espaços, ou utilizar equipamentos e infra-estruturas para os quais não estão capacitados ou apropriadamente reconhecidos. È assim necessário criar processos, ferramentas e mecanismos que assegurem a confiança numa identidade e garantam o controlo das mesmas, reduzindo o risco do roubo. Hoje em dia estão a decorrer programas de identidade que afectam a nossa vida diária.
A identidade é um dos aspectos mais importantes de um indivíduo na sociedade actual, e tende a ser cada vez mais valiosa com o desenvolvimento da sociedade de informação. À medida que os dados individuais de cada identidade adquirem um valor inestimável pelos privilégios, direitos, garantias e acesos que nos dão, são por outro lado tratados como uma "commodity", pelo que é essencial criar e utilizar ferramentas adequadas que assegurem e preservem em segurança a identidade e privacidade de cada indivíduo.
Qualquer cidadão tem o direito à protecção da privacidade da sua identidade, que deverá manter-se no anonimato até e quando cada indivíduo entender. A parte receptora da identidade deverá ser capaz de verificar se esse indivíduo é quem diz ser que é e se a credencial que apresenta é valida e autêntica. Uma vez estabelecida a confiança na identidade individual através da emissão de documentos e credenciais de identidade unívocos, a segurança individual irá aumentar, aumentando a segurança nas transacções de comercio electrónico, no acesso às infra-estruturas terrestres e transportes aéreos com a identificação e credencialização e identificação dos passageiros frequentes. O roubo de identidade será mais difícil e a qualidade dos níveis de serviço poderão aumentar beneficiando a sociedade em geral e cada indivíduo em particular.
Produzido em 2007