Se olharmos para planos de projectos criados no passado, não precisamos de ir mais além de cinco anos atrás para vermos que não existia a indicação de gestão de projecto. E quando existia, era uma barra sem significado nenhum que se prolongava pela totalidade da duração do projecto. A gestão de projectos nos SI/TI (sistemas de informação/tecnologias de informação) era vista como uma actividade de suporte que consumia recursos, mas que não acrescentava valor. Ou seja, dispensável e normalmente algo a riscar dos planeamentos onde constava. No entanto, com o acumular dos casos de insucesso ao nível da implementação de projectos nas áreas de SI/TI, o próprio mercado começou a constatar a necessidade de actividades específicas de uma gestão profissional e especializada.
Tipicamente, numa organização funcional dividida por departamentos (o habitual no panorama empresarial português), a gestão de um projecto é entregue a um elemento sénior, que está há mais tempo na organização, ou então que mais conhecimentos tem do produto que o projecto se propõe implementar. Esse elemento acumula normalmente a actividade de gestão do projecto com a própria implementação do mesmo, tendo normalmente gosto nesta última e descurando a própria gestão. A existência de processos típicos de gestão de projecto não existe numa grande parte das organizações, mesmo nos dias de hoje.
O historial de insucesso dos projectos da área de SI/TI é impressionante. Esta área tem muito para aprender, por exemplo, com a área da construção civil, que leva já séculos em planeamento e controlo de projectos. Actualmente, o mercado dos SI/TI encontra-se receptivo para contratar serviços especializados de gestão de projectos que detenham uma visão global do projecto, quer na sua vertente mais comercial, quer na sua vertente mais técnica. A Sinfic detém algumas boas experiências na qualidade de prestadores deste tipo de serviço. Estes serviços constituem uma mais valia para as organizações que os contratam, porque apresentam significativas vantagens à abordagem normal das actividades de gestão de projecto.
Como última nota, há a referir que, actualmente, o mercado português está cada vez mais maduro e receptivo para novas práticas de gestão que possibilitem atingir os objectivos fundamentais - por exemplo, o objectivo do aumento da produtividade e da qualidade dos produtos e serviços. Já acontecem no nosso mercado casos de contratação de serviços de gestão.
Um dos exemplos que se pode dar a conhecer é o que relata uma parceria para um projecto específico, em que a empresa que detinha o projecto adjudicou a sua gestão a um terceiro. Inicialmente o cliente final achou algo estranho. No início existia o gestor de projecto que trabalhava para a empresa que tinha ganho o projecto e o gestor de projecto do lado do cliente final. Com o decorrer dos trabalhos, o cliente final apercebeu-se da mais valia que o gestor trazia para o projecto, como garante do cumprimento de prazos e da qualidade de entrega, acabando por, a meio do projecto, abdicar do seu próprio gestor.
Produzido em 2006