Algumas indústrias, como a consultoria, as tecnologias de informação e o desenvolvimento de novos produtos, organizam muito do seu trabalho em projectos. E como os resultados desses projectos costumam diferir significativamente de projecto para projecto, tais indústrias dispõem de processos evoluídos para a priorização, alocação dos recursos, planeamento e acompanhamento cuidado dos projectos. Para o suporte desses processos, as empresas têm utilizado ao longo do tempo várias ferramentas de software, normalmente utilizadas para a gestão do âmbito dos projectos, calendarização, acompanhamento, gestão de custos, etc.
Em finais da década de 90, a Gartner começou a estudar os chamados project portfolio dashboards - soluções aplicacionais que pretendiam integrar os processos de negócio em torno da gestão e da disponibilização dos serviços de tecnologias de informação (TI). Um subconjunto destas soluções, designado por PSA (Professional Services Automation), adquiriu posteriormente grande popularidade, uma vez que estava orientado para os fornecedores de serviços de TI e para a utilização da Internet.
O software PSA foi sempre associado PSO (Professional Services Organizations), pelo que muitos departamentos de TI e/ou de investigação e desenvolvimento nunca tiraram o devido partido deste tipo de soluções - uma vez que não se consideravam a si mesmos como organizações prestadoras de serviços profissionais.
Reconhecendo a aplicabilidade deste software a outros mercados e procurando quebrar a associação entre as siglas PSA e PSO, a Gartner passou a referir-se às aplicações de PSA com uma outra sigla: SPO (Service Process Optimization). Definiu assim que uma SPO é uma aplicação destinada a optimizar a alocação de recursos (pessoas, capital intelectual e tempo) e a administrar as funções externas e os processos internos.
Se considerarmos a perspectiva funcional, o software PSA/SPO baseado na Internet era similar às soluções cliente/servidor de dashboard de portfólio de projectos. Na realidade, alguns fornecedores de soluções de PSA/SPO começaram nesta área como fornecedores de aplicações de gestão de projecto, propondo módulos dashboard. Na sua evolução para as aplicações Web integradas, enveredaram por novas mensagens de posicionamento de mercado.
Um dos principais aspectos a considerar foi a popularidade do Microsoft Project, que levou os fornecedores de soluções de PSA/SPO a posicionarem-se como fornecedores de funcionalidade adicional que poderia ser colocada por cima do Microsoft Project. Desta forma, uma grande parte dos fornecedores disponibilizam actualmente integração bidireccional com a versão desktop do Microsoft Project.
Definição de PPM
Numa fase seguinte chegou-se à sigla PPM (Project Portfolio Management), ou gestão do portfólio de projectos, também adoptada pela Gartner. Esta nova sigla foi criada para reflectir o standard PMBOK do PMI (Project Management Institute). Quanto à palavra portfólio, foi adoptada para diferenciar o software de calendarização de projectos (destinado a a lidar com poucos projectos) das aplicações de âmbito empresarial (orientadas para a gestão de um portfólio de múltiplos projectos que podem abarcar várias regiões geográficas e vários clientes).
A Gartner passou assim a definir as aplicações de PPM como um conjunto de funções integradas para racionalizar as funções externas e os processos internos de departamentos, indústrias e organizações que recorrem muito a projectos. As aplicações de PPM optimizam a concretização dos projectos graças ao facto de disponibilizarem, pelo menos, funcionalidade integrada para suportar o planeamento de projectos, o seu acompanhamento, a atribuição de recursos e os relatórios de estado.
Apresentamos de seguida um conjunto completo das funções incluídas nas soluções de PPM:
Baseado num guia da Gartner Dataquest intitulado "Software Market Definitions for Project Portfolio Management".
Produzido em 2005