Governação das TI e Gestão do Portfólio de Projectos

O objectivo da estratégia e da governação de TI (tecnologias da informação) consiste em assegurar o alinhamento dos investimentos de TI com os objectivos e as prioridades dos planos das organizações, maximizando o retorno do investimento e minimizando o risco. No contexto das arquitecturas empresariais, este alinhamento não pode ter em conta apenas partes da organização, mas antes toda a organização.

As organizações têm que estabelecer processos e estruturas organizacionais que permitam a tomada e implementação de decisões eficazes e eficientes a longo prazo. Por sua vez, a abrangência destas decisões deverá incluir a estratégia de TI, as prioridades, as políticas e práticas de gestão relacionadas com as TI, os orçamentos e a resolução dos problemas. De igual modo, as estruturas organizacionais terão que ter em conta a responsabilização dos executivos face às decisões tomadas.

Um modelo de governação de TI inclui seis componentes base:

• Estratégia;
• Arquitectura empresarial;
• Gestão do portfólio de TI;
• Análise de casos de negócio / planeamento dos activos financeiros;
• Gestão de programas/planos;
• Gestão do desempenho.

Os primeiros três componentes colocam o enfoque no nível empresarial. Uma estratégia eficaz e eficiente representa a base para as iniciativas de modernização das TI. Além disso, identifica os objectivos e as prioridades utilizados na gestão do portfólio de TI, incluindo os processos, as pessoas e a tecnologia. A arquitectura empresarial define planos de transição e dependências de implementação que orientam as decisões relativas aos investimentos de TI. Quanto à gestão de portfólio, estabelece a ponte entre a estratégia e a execução, além de assegurar que as iniciativas individuais vão de encontro aos objectivos globais da organização.

Os três últimos componentes colocam o enfoque ao nível da iniciativa. As iniciativas individuais segmentam os objectivos de modernização de uma organização em pedaços realistas. Estas iniciativas requerem a gestão de programas/planos, a gestão do desempenho e a análise de casos de negócio em conformidade com os planos de activos financeiros.

A seguir explicam-se algum conceitos de forma quase esquemática para uma melhor compreensão dos mesmos e para facilitar a leitura:

Governação de TI:

• Destina-se a maximizar o valor de negócio dos investimentos de TI;
• Os investimentos de TI devem suportar as prioridades de negócio;
• Muitas organizações de TI precisam de implementar os processos e os sistemas necessários para avaliar (medir e gerir) o valor, o custo, o risco e o desempenho dos serviços que fornecem.
  

A governação de TI requer:

• Uma compreensão clara da estratégia de negócio;
• Estruturas organizacionais de TI definidas para a tomada de decisão;
• Standards para a tomada de decisão e para a gestão de desempenho;
• Sistemas de gestão de negócio que permitam as estruturas de governação de TI.
  

Investimentos de TI:

• Os investimentos de TI representam actualmente cerca de 50 por cento dos gastos de capital das organizações;
• O Meta Group estima que só 25 por cento do trabalho de TI consiste em projectos - o resto é gasto na resposta a pedidos de suporte e na manutenção dos sistemas que suportam o negócio;
• Com a sua conclusão, todos os projectos resultam numa aplicação, num activo de infra-estrutura, ou num componente, exigindo consequentemente manutenção e suporte.
• Gestão do portfólio de TI:
• A gestão do portfólio de TI é a disciplina que gere os investimentos de TI, balanceando os potenciais retornos, a realização dos objectivos e a avaliação do risco;
• Permite que as organizações estabeleçam e adoptem um processo formal para a medição e monitorização do valor dos investimentos de TI.
  

Como se pode depreender do texto acima, a gestão do portfólio de TI vai mais longe do que a gestão do portfólio de projectos, na medida em que balanceia o valor e o risco de todo o portfólio de investimento em TI, incluindo projectos, aplicações e infra-estrutura.

Um processo em cinco passos:

• Determinar as necessidades da organização;
• Avaliar o custo, o risco e os benefícios dos potenciais investimentos;
• Priorizar e seleccionar os investimentos que se alinhem melhor com os objectivos de negócio - os cenários de portfólio alternativos são avaliados tendo em conta os objectivos de negócio chave e o impacto nos sistemas existentes, nos investimentos e nos recursos, a fim de terminar o melhor mix em termos de investimento;
• Especificar a calendarização e balancear as necessidades de recursos;
• Medir e gerir o valor do portfólio ao longo do tempo.

Uma aplicação eficaz passa por:

• Processos definidos para a tomada de decisão;
• Critérios para avaliar cenários alternativos;
• Métricas para medir o valor dos investimentos ao longo do tempo;
• Sistemas que suportem os processos.

Produzido em 2005

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