Qualquer organização, privada ou pública, com fins lucrativos ou não, existe para proporcionar valor à sua comunidade (stakeholders). Para que isso seja possível, a gestão tem que determinar a quantidade de incerteza que a empresa está preparada para aceitar. A incerteza representa riscos e oportunidades. Assim, a gestão de risco nas empresas permite lidar com os riscos e com as oportunidades para construir valor.
A incerteza deve-se à incapacidade de determinar com precisão a ocorrência de potenciais eventos e os resultados a eles associados. Esses eventos podem ser de natureza tecnológica, regulamentar, mercado, concorrência, ou mesmo ter origens internas. Quanto ao valor, é criado, preservado e desgastado através das decisões diárias de gestão. Consequentemente, as decisões terão que ter em conta os riscos e as oportunidades, considerando os ambientes interno e externo.
A figura apresenta o cubo COSO. Nas actividades de definição dos objectivos, identificação dos eventos, análise e avaliação dos riscos, resposta aos riscos, controlo, informação e comunicação, e acompanhamento e avaliação, as organizações precisam de ter em conta a estrutura (entidades, departamentos, unidades de negócio e a organização) e os objectivos (estratégicos, operacionais, de reporting e de conformidade) organizacionais.
O que é a gestão do risco empresarial?
De acordo com a Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission, "a gestão do risco empresarial é um processo realizado pelo conselho de administração, pela gestão e por outro pessoal, aplicado no ambiente estratégico e ao longo da empresa, planeado para identificar acontecimentos que possam afectar a entidade e gerir os riscos que se encontram dentro do risco aceitável, para proporcionar uma segurança razoável em relação à realização dos objectivos da entidade".
Com base nesta definição, a gestão do risco é:
A gestão do risco empresarial consiste em oito componentes inter-relacionados:
A gestão do risco empresarial proporciona às organizações uma melhoria da sua capacidade para:
A gestão do risco empresarial não é um fim mas um meio importante. Torna apto o processo de gestão. A gestão do risco empresarial está inter-relacionada com o controlo da empresa, proporcionando informação aos directores sobre os riscos mais importantes e sobre a forma como estão a ser geridos.
A gestão do risco empresarial ajuda uma entidade a melhorar o seu desempenho, a alcançar os alvos de rentabilidade e a prever a perda de recursos. Também ajuda a assegurar relatórios eficazes e o cumprimento das leis e regulamentos, evitando prejudicar a sua reputação, entre outras consequências possíveis. Ajuda ainda a trilhar o caminho escolhido e a evita armadilhas e surpresas ao longo desse caminho.
Formas de resposta aos riscos
As respostas ao risco empresarial podem ser agrupadas nas seguintes categorias:
Para determinar as respostas potenciais aos riscos, a gestão deve:
História do COSO
O COSO é a sigla do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission e foi formado originalmente em 1985 para apoiar a National Commission on Fraudulent Financial Reporting, uma iniciativa privada destinada a estudar os aspectos que podem conduzir a relatórios financeiros fraudulentos. Paralelamente, desenvolveu recomendações para vários tipos de organizações, incluindo as organizações públicas e os seus auditores independentes, ou as instituições educacionais.
Esta comissão nacional foi apoiada por grandes associações profissionais dos Estados Unidos, nomeadamente a American Accounting Association, a American Institute of Certified Public Accountants, a Financial Executives International, o Institute of Internal Auditors, ou a National Association of Accountants (actual Institute of Management Accountants).
Produzido em 2005