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Outsourcing de Infra-estruturas segundo a IDC e a Gartner


Num estudo realizado durante o terceiro trimestre de 2004 pela IDC e pela Equant, o ousourcing de infra-estruturas não é um tema pacífico, embora cada vez mais adoptado. O estudo foi realizado na Europa, América do Norte e Extremo Oriente junto de CIOs e CFOs de mais de 300 grandes multinacionais.

Uma percentagem de 64 por cento dos CIOs e de 77 por cento dos CFOs mostraram-se receptivos à ideia de outsoutcing selectivo das tecnologias de informação (TI). No entanto, três quartos dos directores financeiros e de TI não apoiam o outsourcing total das TI. A gestão do risco é a grande preocupação.

A parte mais popular para ser objecto de outsourcing é a infra-estrutura de redes/comunicações (50 por cento), seguida dos serviços de segurança (32 por cento) e da gestão dos servidores (32 por cento). Por outro lado, quando seleccionam um fornecedor de serviços de outsourcing para a infra-estrutura de redes/comunicações, os CIOs privilegiam os especialistas em telecomunicações (54 por cento), surgindo depois as empresas de TI generalistas (32 por cento) e os fornecedores locais (14 por cento).

A infra-estrutura de comunicações é normalmente objecto de outsourcing para reduzir custos e para permitir que as empresas se concentrem mais no seu core business.

Recomendações da Gartner

Quanto à Gartner, num artigo intitulado "The Future of Infrastructure Outsourcing in Western Europe", datado de Junho de 2004, afirmava que a tendência para a utilização do modelo de outsourcing para a redução de custos iria continuar durante 2004. Paralelamente, sublinhava que iria aumentar a concorrência entre fornecedores de serviços de outsourcing, traduzindo-se na redução dos custos deste tipo de contratos.

Desta forma, os fornecedores de serviços de outsourcing deveriam manter-se alerta quanto ao risco de assinarem contratos não lucrativos e preocuparem-se com a gestão de expectativas apropriadas por parte do cliente. De igual modo, deveriam preparar-se para a renegociação dos contratos de outsourcing de infra-estruturas - planeando alterações na metodologia de disponibilização dos serviços à medida que a tecnologia se torna mais madura e emergem novas necessidades de negócio.

Relativamente aos clientes de serviços de outsourcing, a Gartner apresentou algumas recomendações que podem ser um indicador para as empresas. Apesar do outsourcing poder parecer uma inevitabilidade para muitas empresas, nem sempre é a melhor solução. Para avaliar a vantagem ou não de recorrerem ao outsourcing, os responsáveis das empresas deverão analisar oito factores:

  • Custo. Considerar o custo total do outsourcing. Pode permitir a redução de custos e o aumento da competitividade, mas alguns custos não são óbvios à primeira vista. Desta forma, convém ter em conta aspectos como a infra-estrutura física e de sistemas, as telecomunicações e a gestão do overhead.
  • Protecção do capital intelectual. As empresas que recorrem ao outsourcing deverão esperar maiores dificuldades na gestão da perda de propriedade intelectual e transferência dessa propriedade para o exterior.
  • Compreensão dos requisitos e da cultura locais do negócio. Os fornecedores de serviços de outsourcing nem sempre têm executivos locais capazes de interagir com os executivos de topo do cliente. Além de considerarem este aspecto importante, as empresas que pretendem recorrer ao outsourcing deverão assegurar que o debate interno tem em conta as preocupações de todos os seus stakeholders chave. Para que o outsourcing seja vantajoso para as empresas que a recorrem a este tipo de serviços, será necessário pesar devidamente os riscos relacionados e tomar medidas no sentido de os reduzir ao máximo.

Produzido em 2005

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