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Gestão de Conteúdos: Para Que te Quero?


Gestão de Conteúdos: Para Que te Quero?

Para se poder responder efectivamente a esta questão é necessário ter bem clara a definição de "conteúdo". Mas isso não é problema, pois todos temos bem clara essa definição. Ou será que a definição de conteúdo varia de pessoa para pessoa? Nesse caso já será um problema.


Este problema filosófico tem uma forma lógica de se resolver (ou pelo menos de se simplificar). Vamos simplesmente assumir como premissa a verdade da nossa definição de conteúdo e elaborar todo o nosso raciocínio em volta dessa premissa.

Um "conteúdo", no contexto deste artigo, é toda e qualquer peça de informação que tem valor para uma organização e que, portanto, se pretende tornar disponível a um grupo de potenciais interessados, que a podem assim transformar em conhecimento, contribuindo para que os processos dessa organização sejam executados de forma mais eficaz e eficiente para facilitar a inovação e uma maior competitividade no seu mercado.


Dito desta forma, percebe-se que a simples disponibilização de um conteúdo aos seus interessados contribui para a transformação de conhecimento tácito em conhecimento explícito.

Gestão de conteúdos no dia a dia

A comunicação nunca foi uma coisa simples, principalmente quando se pretende comunicar em simultâneo com um universo heterogéneo de potenciais interessados. Muitas vezes, para se enviar uma peça de informação para vários destinatários, é necessário conhecê-los a todos. Mas o que podemos fazer se não conhecermos todos os potenciais destinatários?


Uma forma simples e frequentemente utilizada consiste em colocar essa peça de informação num local habitualmente frequentado pelo universo de potenciais destinatários. É o que acontece, por exemplo, com os conteúdos que são publicados num jornal. Quem escreve não conhece todos os leitores, mas provavelmente atingirá uma grande parte dos destinatários (apesar de, eventualmente, uma grande parte de não interessados também o lerem).


Se a publicação de um artigo num jornal pode ser um exemplo de publicação de um conteúdo, então algo actualmente tão banalizado como isto (mesmo com toda a complexidade que lhe está subjacente) já se pode considerar uma verdadeira gestão de conteúdos. De igual modo, num programa de rádio, antes de ser emitido, é necessário definir o alinhamento das peças de informação, bem como das músicas a apresentar e dos anúncios publicitários.


Quer isto dizer que, mesmo para as formas mais habituais e tradicionais de comunicação, está sempre presente uma gestão (mais ou menos complexa) dos conteúdos a publicar, independentemente do meio utilizado para a sua publicação. Conclui-se então que é necessário gerir os conteúdos para que estes sejam apresentados de forma adequada a um universo anónimo de potenciais interessados, os quais, por sua vez, constituem o alvo da comunicação.


Processo de gestão


Se é necessário gerir os conteúdos a publicar, então deve existir um processo para a realização dessa gestão, principalmente porque podemos decompor essa gestão em vários passos. Estes passos vão desde a consciencialização da disponibilidade de cada conteúdo, até à sua publicação, passado ainda pela eventual classificação e enriquecimento do mesmo.


Criação. O primeiro passo, como em tudo o mais na vida, é simplesmente o nascimento do conteúdo. Pode ser a simples criação de um novo registo numa base de dados, ou a elaboração de um documento mais complexo, num formato específico de ficheiro. Desde que se considere que esse conteúdo pode ser útil para mais alguém, podemos dizer que ocorreu o seu nascimento.


Classificação. Antes de ser útil para mais alguém, um conteúdo precisa de ser classificado, de modo a poder ser encaminhado mais facilmente para os potenciais interessados (ou simplesmente encontrado por estes). Esta classificação pode assumir várias formas e pode ser realizada manualmente ou utilizando algoritmos de classificação automática.


A classificação manual pode ser tão simples como indicar um conjunto de palavras chave que clarificam o domínio de interesse do conteúdo, ou escolher entre uma lista de temas predefinidos aquele ou aqueles em que se encontra o conteúdo. A classificação automática também pode ser mais simples ou mais complexa. Uma vez que existe um algoritmo para analisar cada conteúdo, a nossa preocupação deverá focar-se mais em garantir as boas regras de classificação e menos na complexidade do algoritmo.


De qualquer forma, a classificação em si apenas pretende que seja mais fácil encontrar os destinatários mais adequados para o conteúdo, ou fazer com que o conteúdo seja mais facilmente encontrado pelos potenciais interessados, de modo a minimizar a quantidade de conteúdos apresentados a um interessado e, ao mesmo tempo, maximizar a probabilidade de relevância de cada um. Ou seja, dar menos conteúdos a uma pessoa e, ao mesmo tempo, dar-lhe os conteúdos mais adequados).


Enriquecimento. Um conteúdo pode ser enriquecido de muitas formas, desde uma simples revisão, até ao correlacionamento com outros conteúdos, passando ainda pela adição de comentários por parte dos leitores.


Outra forma de enriquecimento de um conteúdo pode ser a modificação da sua forma de apresentação. Ou seja, utilizar um modelo predefinido de apresentação, o qual, por si só, já irá comunicar alguma coisa acerca do conteúdo. Para além disso, poderá ser enriquecido através da junção de elementos multimédia (texto ao qual se acrescenta imagem, vídeo ao qual se acrescenta uma narração, imagem à qual se acrescenta uma descrição, etc.).


A própria classificação também pode ser considerada uma forma de enriquecimento de um conteúdo, uma vez que dá mais informação sobre o conteúdo em si, principalmente quando se trata de um conteúdo sujeito a receber comentários de outros potenciais interessados.


Publicação. Finalmente, o conteúdo está disponível para publicação. No entanto, existem duas formas substancialmente diferentes de o fazer. Ou o conteúdo é disponibilizado num local de fácil acesso e reconhecidamente frequentado pelos potenciais interessados, ou então é enviado directamente aos potenciais interessados. Nesta última situação, é evidente a necessidade de se conhecer individualmente cada um dos potenciais interessados.


A publicação num local frequentado pelos interessados toma diversas formas, desde a tradicional venda de jornais nos quiosques, até aos modernos portais das organizações. Estes terão, só por si, públicos distintos, dependendo do tipo de portal e da actividade da organização. Neste último caso é fundamental a utilização de ferramentas de pesquisa, as quais auxiliam o potencial interessado a encontrar o que considera relevante.


O envio directo para os potenciais interessados requer uma abordagem inversa, pois, de alguma forma, são os conteúdos a procurar os seus destinatários. Neste caso, a pesquisa será feita tentado encontrar, num universo de potenciais destinatários, aqueles que são conhecidos e os que estão classificados de acordo com os mesmos critérios dos conteúdos, além daqueles que poderão estar mais interessados em cada conteúdo em particular.


De qualquer forma, a publicação de conteúdos tem sempre o objectivo de apresentar o mínimo de conteúdos a cada interessado, para que não seja fastidioso o processo de encontrar o que se pretende. Ao mesmo tempo, procuram-se apresentar conteúdos que estejam o mais próximo possível do pretendido, de forma a reduzir o número de iterações necessárias.

Produzido em 2005

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