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Relações de compromisso

Os Seis Vectores da Acessibilidade


Quando se ouve o termo acessibilidade, em qualquer dos vectores da sociedade, este é associado de imediato a uma cadeira de rodas e às rampas de acesso aos locais públicos. Ora, a acessibilidade não é mais a criação das rampas; é a promoção de uma maior igualdade social, não se restringindo ao conceito arquitectónico tradicional. A acessibilidade pode ser definida como o processo de conseguir a igualdade em todas as esferas da sociedade.

De acordo com Romeu Kazumi Sassaki, consultor de inclusão escolar e profissional do Banco Mundial, podemos dividir a acessibilidade em seis vectores principais:

  • Arquitectónico. Não devem existir barreiras que impeçam as pessoas com necessidades especiais de aceder aos conteúdos disponibilizados.
  • Comunicacional. Não devem existir barreiras na comunicação. Qualquer utilizador deve ter a mesma possibilidade de acesso, seja qual for o mecanismo que utilize para a leitura (braille, texto em diferentes tamanhos, etc.).
  • Metodológico. Não devem existir barreiras nas técnicas e métodos de estudo, de trabalho, etc.
  • Instrumental. Não devem existir barreiras nos instrumentos, utensílios e ferramentas de trabalho e lazer.
  • Programático. Não devem existir barreiras embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias ) e em normas e regulamentos.
  • Atitudinal. Uma escritora cega, Hellen Keller, disse uma vez que as maiores dificuldades que encontrou não foram as derivadas da sua condição, mas das atitudes das pessoas com visão em relação às suas capacidades. Este problema de atitude deve ser considerado, pois um site deve ser desenvolvimento tendo em conta que o potencial utilizador tem necessidades especiais, mas sem preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminações.

Se qualquer um destes vectores falhar, o resultado final pode estar comprometido. A acessibilidade na Internet pode ser avaliada de acordo com os seis vectores anteriores, sendo um portal definido como acessível se verificar todos os critérios definidos pelos vectores acima. Pode ser criado assim um conjunto de critérios que redefinem a noção de qualidade de um site, não apenas pelos critérios normalmente utilizados para a verificação da acessibilidade, mas também pelos critérios de usabilidade do mesmo.

É neste âmbito que a Web Accessibility Initiative (WAI) do W3C define os seguintes padrões de acessibilidade:

  • Providenciar alternativas para conteúdos em vídeo ou som;
  • Utilizar mecanismos de apresentação do conteúdo alternativos às cores;
  • Utilizar folhas de estilo e markups;
  • Utilizar tabelas que possam ser entendidas facilmente;
  • Garantir que páginas com novas tecnologias possam ser interpretadas facilmente;
  • Garantir a fácil leitura em aplicações ligadas ao dispositivo de acesso (applets, sons, etc.) e não depender destas aplicações para conteúdo essencial;
  • Definir designs independentes do dispositivo de acesso;
  • Providenciar informações contextuais e de orientação;
  • Providenciar mecanismos para uma navegação simplificada;
  • Garantir que os documentos/scripts são claros e simples.

Ao promover as regras de acessibilidade, os responsáveis pelo desenvolvimento e pelos conteúdos não estão apenas a beneficiar quem tem necessidades especiais, mas também a si próprios, pois passam a ter uma audiência maior, com o consequente acréscimo na promoção dos seus produtos.

Produzido em 2005

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