Na sociedade da informação dos nossos dias, a info-exclusão (impossibilidade ou dificuldade de acesso à informação) pode ser muito mais grave do que no passado. Por um lado, porque a quantidade de informação a ter em conta é muito maior do que antes. Por outro, porque a informação é actualmente determinante para a prossecução bem sucedida de praticamente qualquer actividade. Neste contexto, a acessibilidade à informação electrónica assume uma relevância vital para os cidadãos.
A importância deste conceito está bem patente no facto da Resolução do Conselho de Ministros n.º 22/2001, de 27 de Fevereiro, determinar a avaliação periódica dos sites dos organismos da administração directa e indirecta do Estado, visando nomeadamente aferir o grau de actualização da informação disponibilizada, a clareza da forma como é apresentada, a facilidade de pesquisa da informação e o cumprimento das disposições legais relativas ao conteúdo e forma de apresentação das páginas dos organismos públicos, designadamente a sua acessibilidade por cidadãos com necessidades especiais.
Segundo a Watchfire, uma organização que fornece software e serviços para identificar, medir e priorizar vários aspectos da propriedade Web das empresas, incluindo a acessibilidade, a acessibilidade Web é mais do que simples boas práticas. Para muitas organizações é lei. Muitos governos, um pouco por todo o mundo, publicaram legislação que obriga as dependências governamentais a terem websites conformes às regras de acessibilidade. Consequentemente, as empresas privadas terão que começar a prestar mais atenção a este tema.
No contexto desta newsletter - e de acordo com o CERTIC (Centro de Engenharia de Reabilitação em Tecnologias de Informação e de Comunicação) da UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro) - a acessibilidade envolve três noções:
Por sua vez, as Web Content Accessibility Guidelines 1.0 do W3C (World Wide Web Consortium) afirmam que os utilizadores podem estar numa das seguintes situações:
Normas e standards
A nível nacional e internacional existem várias normas e standards que podem ser considerados como referência para a garantia da acessibilidade a nível dos sites Web. A grande referência continua a ser o W3C, mas existem outros exemplos:
O objective do W3C envolve o desenvolvimento de especificações, guias de orientação, ou mesmo ferramentas, tendo em vista a promoção da Web nas vertentes da informação, comércio e comunicação. Desta forma, criou a Web Accessibility Initiative (WAI) e as linhas de orientação designadas por Web Content Accessibility Guidelines 1.0 (actualmente já existe a versão 2.0).
A WAI, em coordenação com várias organizações mundiais, promove a acessibilidade da Web através de cinco áreas principais: tecnologia, linhas de orientação, ferramentas, educação/formação e investigação e desenvolvimento. As directivas publicadas explicam como tornar o conteúdo Web acessível a pessoas com deficiências (por exemplo) e destinam-se a todos os criadores de conteúdo Web (autores de páginas e criadores de sites), bem como aos programadores de ferramentas para criação de conteúdos.
O W3C define três níveis de prioridades de pontos de verificação que um site deverá satisfazer. Os pontos de verificação com o nível de Prioridade 1 têm absolutamente de ser satisfeitos pelos sites. Os de nível de Prioridade 2 devem ser satisfeitos e os de nível de Prioridade 3 podem ser satisfeitos pelos sites. Paralelamente, o W3C define três níveis de conformidade:
Para mais informação sobre este tema, poderá consultar o site do W3C em www.w3.org.
Produzido em 2005