Na sociedade actual, caracterizada pela rápida evolução da tecnologia, as exigências dos mercados e a globalização estão a produzir alterações que obrigam a respostas cada vez mais céleres.
Neste contexto, as infra-estruturas aplicacionais existentes devem contribuir para a melhoria dos processos de negócio, permitir a fácil implementação de novas funcionalidades e automatizar e integrar a informação de forma eficaz.
A sobrevivência das empresas depende muito do seu esforço constante para desenvolver o que costuma ser designado pela Gartner como a "empresa de latência zero". Este conceito subentende uma completa integração do negócio e uma arquitectura adaptativa aplicacional que maximize a reutilização.
A tecnologia EAI é a evolução natural da tecnologia de integração entre aplicações, combinada com a integração B2B, que com o auxílio da gestão dos processos de negócio (BPM) permite o fluxo rápido de informação, integrando aplicações a um custo mínimo de desenvolvimento. As soluções de EAI conectam aplicações e dados heterogéneos num ambiente que permite às organizações trabalhar com aplicações diversas, tais como ERP (Enterprise Resource Planning), CRM (Customer Relationship Management) e outras soluções de software, sistemas legados e aplicações baseadas na Web.
A tecnologia EAI ajuda as empresas a responderem rapidamente às alterações do negócio, reduzindo significativamente os custos de desenvolvimento e de manutenção. Uma vez implementada uma infra-estrutura baseada em EAI, as novas aplicações podem ser integradas mais rapidamente do que as aplicações tradicionais, porque já existe um suporte no qual basear o futuro desenvolvimento.
O EAI torna-se atractivo porque muitas vezes dispensa a necessidade de se desenvolverem novas aplicações. Além disso, também não existe a necessidade de se efectuarem alterações às aplicações existentes. Isto quer dizer que existe pouca necessidade de programação. O EAI permite potenciar as API e as bases de dados existentes. Quando não existem as API, os Web Services podem ser utilizados para construir a interface que permitirá à aplicação existente interagir com todas as restantes.
O tempo e o custo de desenvolvimento de aplicações críticas não são muito animadores para a grande maioria das organizações. Os dados falam por si. Cerca de 85 por cento dos projectos de desenvolvimento de software nunca chegam ao fim, 58 por cento dos grandes projectos ultrapassam o orçamento e 63 por cento ultrapassam a data de conclusão.
Um dos grandes benefícios do EAI consiste em reduzir o tempo de desenvolvimento. Em primeiro lugar, aumenta as capacidades das aplicações existentes. Na maioria das vezes, o código existente realiza o seu trabalho muito bem. O que é necessário é tornar as funcionalidades existentes acessíveis a novos canais, como a Web. Uma vez instalada uma infra-estrutura, o tempo de desenvolvimento diminui, dado que há menos código para escrever. Tem que se reconhecer, no entanto, que o esforço inicial de criar uma arquitectura de EAI pode ser grande.
Uma segunda vantagem tem a ver com os custos de manutenção: Apenas 30 por cento do código das aplicações críticas é lógica de negócio; o resto é infra-estrutura (a maior parte da qual coberta pelo software de EAI comercial). Assim, o EAI permite que as organizações planeiem estrategicamente integrações futuras, permitindo flexibilidade através da maximização da reutilização.
Aplicações monolíticas versus interfaces ponto a ponto versus EAI
Actualmente ainda se mantém a questão de implementar um software de integração monolítico, ou desenvolver interfaces ponto a ponto, ou ainda utilizar software de EAI. Apesar de cada solução fornecer benefícios únicos, a decisão da organização deriva essencialmente do seu orçamento, das suas necessidades e dos seus objectivos.
Até 1980 a maioria das aplicações de software eram construídas de forma monolítica. Consequentemente, pouco código foi reutilizado entre as aplicações. Assim, as aplicações monolíticas não possuem a capacidade de resposta que a rápida mudança do mercado exige, especialmente quando é necessário integrar processos de negócio entre parceiros, fornecedores, etc.
O desenvolvimento de interfaces ponto a ponto pode parecer uma alternativa atraente. Contudo, na maior parte das vezes não é a menos onerosa e prova ser pouco eficiente a longo prazo. À medida que as interfaces crescem, torna-se mais difícil a sua manutenção.
O EAI pode reduzir em 50 por cento o custo inerente à construção de interfaces dispendiosas e em 80 por cento o custo de as manter. O custo real de manter as interfaces ponto a ponto só se revela quando os orçamentos são ultrapassados e os recursos estão sobre-alocados. A implementação de uma infra-estrutura de EAI com objectivos de integração garante às empresas a oportunidade de recuperarem o orçamento e os recursos, maximizando ao mesmo tempo a reutilização da estrutura instalada.
Não é raro uma equipa de desenvolvimento escolher a abordagem ponto a ponto, em vez de implementar uma framework de EAI. As interfaces ponto a ponto podem parecer mais rápidas de implementar num projecto de pequena dimensão. No entanto, a longo prazo revelar-se-ão mais onerosas e uma má abordagem estratégica. Alguns dos riscos em optar por uma solução baseada em interfaces ponto a ponto são os seguintes:
Podemos recorrer a um exemplo simples para afirmar que uma framework de EAI representa uma melhor abordagem. Consideremos uma integração entre cinco aplicações que implique 20 interfaces bidireccionais. Uma alteração em qualquer uma destas aplicações resulta tipicamente na obrigatoriedade de reescrever as interfaces para as restantes quatro aplicações. Uma framework de EAI pode ocultar as outras aplicações desta alteração e exigir apenas a modificação da interface entre a aplicação que foi modificada e a solução de EAI.
Por outro lado, a abordagem de EAI permite que as aplicações sejam adicionadas, actualizadas ou removidas do ambiente de integração com pouco ou nenhum impacto para as restantes aplicações. Esta estratégia simplifica a manutenção do sistema e permite grande flexibilidade para futuras integrações.
As vantagens da opção EAI também se estendem à manutenção. Uma interface de EAI é significativamente mais robusta, fornecendo capacidades como a transformação com recurso a pouca programação, a entrega garantida, a recuperação automática e ferramentas de monitorização que contribuem para a uma integração fácil de manter. O custo de manutenção da integração ponto a ponto ultrapassa largamente o da integração baseada numa arquitectura de EAI.
Produzido em 2005