A utilização das tecnologias de e-learning tem assumido várias designações que poderão causar alguma confusão aos mais leigos neste tema. Uma das designações mais comuns prende-se com a palavra virtual - formação virtual, escola virtual, universidade virtual ou sala de aula virtual.
Neste contexto, a expressão virtual é sinónimo de ausência de realidade física, permitida pela redes de comunicações, nomeadamente a Internet. Ou seja, os alunos não estão todos presencialmente numa sala, como acontece nas formas de ensino tradicional. Cada um pode estar onde bem entender, desde que tenha acesso aos conteúdos através de uma rede de comunicações (fixa ou móvel).
A generalização da Internet e da Web estão a introduzir enormes alterações nas formas de aprendizagem. Até há bem pouco tempo, os meios electrónicos reproduziam quase fielmente as formas de ensino tradicionais. Actualmente, está-se a enveredar por formas de ensino que privilegiam a aprendizagem cooperativa e a interactividade dos conteúdos.
Antes de falarmos do ensino baseado em tecnologias de e-learning, convém remontar ao início do ensino à distância. De facto, esta componente de acesso a conteúdos remotos continua a ser uma das grandes vantagens do e-learning.
Ensino à distância
O ensino à distância remonta a meados do século XIX, com o aparecimento daquilo que alguns autores consideram ser a primeira escola de ensino por correspondência na Europa. Chamou-se Sir Isaac Pitman Correspondence College e surgiu no Reino Unido em 1840. O surgimento da televisão e o desenvolvimento das telecomunicações vieram contribuir para um maior desenvolvimento desta forma de ensino durante o século XX.
Apesar do acesso a conteúdos remotos já ter muitos anos, baseava-se em sistemas lineares bastante rígidos com apenas uma direcção - no sentido da fonte dos conteúdos/informação para o formando/aluno. A interactividade é muito mais recente, uma vez que só foi potenciada pelo desenvolvimento das tecnologias da informação. Contudo alguns autores têm procurado distinguir as várias etapas evolutivas dessa interactividade.
Assim, numa primeira etapa foram utilizados os chamados kits de aprendizagem, que eram enviados para os alunos através do correio tradicional. Seguiu-se depois a etapa da multimédia e, mais recentemente, a das comunicações telemáticas (que continua a tirar partido da multimédia).
No nosso país, o ensino à distância remonta a 1928, com um curso para a área da contabilidade. Na década de 40 surgiram várias instituições vocacionadas para esta área de ensino, nomeadamente o Centro de Estudos por Correspondência ou a Escola Comercial Portuguesa por Correspondência.
A Telescola (1964) e o Ano Propedêutico (antecessor do 12.º ano e vigente nos anos lectivos de 1976/77 e 77/78) foram outros exemplos mais recentes do envolvimento do Estado na formação à distância. Mais recentemente, temos os exemplos do Instituto de Formação Bancária e a Universidade Aberta (criada em 1988).
Formação telemática
O desenvolvimento das telecomunicações e da informática e a conjugação entre estas duas vertentes deu origem à palavra telemática. Tomava assim forma a sociedade da informação e, com ela, a formação baseada na telemática. Só aqui se pode falar verdadeiramente de e-learning (ou aprendizagem com base em meios electrónicos - embora o "e" só se tenha assumido como prefixo de referência na era Internet).
No entanto, convém sublinhar que a formação telemática não é necessariamente sinónimo de formação à distância. Também pode ser utilizada na formação presencial, adicionando-lhe as suas vantagens (pesquisa e acesso à informação, por exemplo).
Os três grandes problemas que caracterizavam do e-learning há alguns anos começam agora a esvanecer-se. Um deles era a falta de familiarização dos indivíduos com as novas tecnologias, algo que cada vez é menos comum à medida que as gerações mais novas vão assumindo protagonismo social.
Outro dos grandes problemas eram as interfaces com os utilizadores. Relativamente a este aspecto, as interfaces gráficas e o aumento da familiarização com os meios informáticos estão a facilitar o contacto entre homens e máquinas. O terceiro grande problema era os custos das comunicações, algo que a Internet já resolveu de certa forma. O crescente acesso à banda larga irá facilitar ainda mais o e-learning, na medida em que os conteúdos podem ser cada vez mais multimédia.
Apesar dos cenários futuristas que possamos considerar, o e-learning actual ainda se caracteriza muito pelo carácter misto das soluções implementadas. Ou seja, o e-learning surge frequentemente como um meio complementar (em maior ou menor grau) da formação presencial. Seja como for, as tecnologias telemáticas têm muito a acrescentar à formação tradicional e irão revolucionar certamente a forma de se aprender no futuro.
Para já, existem alguns aspectos que convém ter em conta relativamente ao público alvo dos cursos baseados na telemática:
Por outro lado, alguns estudos têm caracterizado os formandos do ensino à distância como sendo pessoas que: