Em meados de 2003, a Janssen-Cilag Portugal avançou para a implementação de um conceito integrado de CPM (Corporate Performance Management), seguindo a visão que é preconizado pelo Gartner Group. O pioneirismo internacional desta atitude tornou a companhia num business case mundial na área do CPM.
O Contexto
A Janssen-Cilag resultou da fusão de duas companhias - a Janssen Farmacêutica (uma companhia belga) e a Cilag (uma companhia suíça). Ambas as companhias eram detidas há já alguns anos pelo grupo Johnson & Johnson, mas a fusão entre ambas só aconteceu no início da década de 90. Esta estrutura unificada permitiu uma melhor flexibilidade e resposta aos clientes, além de ter assegurado a optimização dos recursos.
A actividade destas empresas em Portugal remonta ao tempo em que cada uma ainda mantinha a sua própria identidade (antes da fusão). Após a fusão, a companhia resultante (Janssen-Cilag) manteve as suas actividade comercial e de fabrico de medicamentos no nosso país. A partir de Dezembro de 2004, no âmbito de uma decisão estratégica corporativa, a actividade de fabrico foi descontinuada em Portugal.
As ambições da companhia estão expressas no seu site, onde é dito explicitamente que a sua missão é tornar-se um dos parceiros preferenciais nos cuidados de saúde em Portugal, através do desenvolvimento de uma cultura de companhia focalizada nas necessidades dos seus clientes, no desenvolvimento das suas pessoas, na excelência de processos e numa execução sem falhas.
A Janssen-Cilag é uma companhia incluída no grupo Johnson & Johnson, líder em investigação farmacêutica e que conta actualmente com mais de 19 000 empregados em todo o mundo, além de escritórios em mais de 50 países. A Janssen-Cilag está presente em áreas terapêuticas como a gastroenterologia, hematologia, psiquiatria, oncologia, ginecologia, neurologia, infecciologia e tratamento da dor. Neste momento, a companhia está a investigar novos produtos para o tratamento de doenças como o cancro, a depressão, a doença bipolar, a dor aguda e a obstipação crónica.
A Necessidade
Segundo Paulo Vieira de Sá, finance controller na Janssen-Cilag, o grupo Johnson & Johnson tem uma prática internacional de realizar várias revisões do orçamento anual de cada filial. Oficialmente, existem cinco revisões anuais do orçamento, mas ainda existem mais algumas não programadas. Evidentemente, este processo é bastante trabalhoso, sobretudo porque são exigidas revisões com elevado grau de detalhe.
Até meados de 2003, todo o trabalho era realizado em folhas de cálculo Excel, dando lugar a dezenas de folhas de cálculo difíceis de gerir nas melhores condições entre os vários departamentos. Surgiu então a necessidade de adoptar ferramentas de CPM (Corporate Performance Management) que facilitassem o processo de revisão orçamental e melhorassem o controlo de gestão da companhia, entre outros aspectos.
Adicionalmente, pretendia-se descentralizar ao máximo o trabalho relacionado com esta área, de modo a envolver cada pessoa no processo, tanto para fins de introdução de dados, como para fins de acesso a informação para decisão. Paulo Vieira de Sá sublinhou que o objectivo era adoptar ferramentas que fossem estáveis, viáveis e seguras, além de ajudarem a companhia a obter uma imagem do orçamento original e das várias revisões subsequentes.
A Solução
Mais do que adoptar apenas ferramentas de CPM, a Janssen-Cilag Portugal resolveu implementar o conceito global de CPM que é preconizado pelo Gartner Group. De acordo com esta consultora de referência mundial, o CPM é uma solução integrada que envolve metodologias, processos e métricas. Os fabricantes procuram depois propor ferramentas que permitam materializar esse conceito na prática.
As ferramentas pensadas de acordo com este conceito cobrem todo o ciclo de CPM, desde a modelação aquilo que o Gartner Group designa por re-forecast, passando pelo planeamento, orçamentação, monitorização, análise e reporting (ver figura no artigo sobre a unidade de negócio de Business Intelligence).
Convém referir que a filial portuguesa da Janssen-Cilag foi uma das primeiras do grupo Johnson & Johnson e uma das primeiras companhias a nível mundial a implementar o conceito de CPM como exposto atrás. Este facto tornou-a um business case mundial nesta área e poderá servir de exemplo para a implementação de um conceito idêntico a nível do grupo internacional Johnson & Johnson.
A própria Cognos considera o caso da Janssen-Cilag Portugal como uma referência mundial de implementação do conceito de CPM. Outras filiais da Janssen-Cilag já tinham soluções de análise, de relatórios?, mas não tinham uma solução integrada.
O departamento de informática da Janssen-Cilag Portugal envolveu-se no processo de decisão e perscrutou o mercado à procura de soluções possíveis. A decisão final recaiu sobre as propostas da Cognos e a implementação foi contratada à Sinfic, que mantém uma parceria tecnológica com a Cognos. Este projecto começou com uma primeira fase de implementação de um protótipo adaptado à realidade da companhia.
Paulo Vieira de Sá referiu-se ainda às contingências de tempo na implementação deste projecto de CPM. Como o próprio afirmou, o projecto decorreu em tempo recorde (menos de dois meses). Este facto tem ainda maior relevância se considerarmos a novidade da implementação de uma visão integrada de CPM, tanto a nível nacional, como internacional.
Evidentemente, ao longo do tempo têm sido identificadas melhorias e tem-se trabalhado nas mesmas. Por outro lado, algumas vertentes do CPM ainda estão a ser alargadas progressivamente aos vários departamentos da companhia.
O saldo da solução de CPM implementada na Janssen-Cilag Portugal é claramente positivo. De acordo com Paulo Vieira de Sá, conseguiu-se ganhar em termos de poupança de tempo, aumento da rapidez de processos, exactidão dos dados, segurança da informação, maior envolvimento das pessoas, acesso imediato à informação, etc.
Se considerarmos que a informação de gestão é utilizada para a tomada de decisão, as vantagens do CPM irão traduzir-se, em última análise, na melhoria das decisões (em termos de tempo útil e de qualidade das mesmas).